O Super-Homem bissexual e instrumentalização da cultura
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O Super-Homem bissexual e instrumentalização da cultura

O quadrinho do Super-Homem bissexual parece transgressor, mas é careta: tenta evangelizar as pessoas para se adequarem à moral e aos bons costumes do século 21.

Leandro Narloch
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A escritora Rachel de Queiroz costumava contar que pertenceu ao Partido Comunista por 24 horas. Em 1932, logo após ingressar no partido, ela foi chamada para uma reunião com dirigentes do Rio de Janeiro. Eles tinham lido os originais do livro “João Manuel” e decidiram exigir mudanças para que a história ficasse “mais marxista”.

Os personagens pobres deveriam ser boas pessoas; os ricos, os vilões da história. “Por exemplo: uma das heroínas, moça rica, loura, filha de coronel, era uma donzela intocada. Já a outra, de classe inferior, era prostituta. Eu deveria, então, fazer da loura a prostituta e da outra a moça honesta. João Miguel, ‘campesino’, bêbedo, matava outro ‘campesino’. O morto deveria ser João Miguel, e o assassino passaria de ‘campesino’ a patrão”, conta Rachel em sua autobiografia.

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