O Super-Homem bissexual e instrumentalização da cultura
5
0

O Super-Homem bissexual e instrumentalização da cultura

O quadrinho do Super-Homem bissexual parece transgressor, mas é careta: tenta evangelizar as pessoas para se adequarem à moral e aos bons costumes do século 21.

Leandro Narloch10/28/2021
3 min
5
0
Email image

A escritora Rachel de Queiroz costumava contar que pertenceu ao Partido Comunista por 24 horas. Em 1932, logo após ingressar no partido, ela foi chamada para uma reunião com dirigentes do Rio de Janeiro. Eles tinham lido os originais do livro “João Manuel” e decidiram exigir mudanças para que a história ficasse “mais marxista”.

Os personagens pobres deveriam ser boas pessoas; os ricos, os vilões da história. “Por exemplo: uma das heroínas, moça rica, loura, filha de coronel, era uma donzela intocada. Já a outra, de classe inferior, era prostituta. Eu deveria, então, fazer da loura a prostituta e da outra a moça honesta. João Miguel, ‘campesino’, bêbedo, matava outro ‘campesino’. O morto deveria ser João Miguel, e o assassino passaria de ‘campesino’ a patrão”, conta Rachel em sua autobiografia.

Only SubscribersTo access all content, you must subscribe to the Leandro Narloch blog. You can also become a subscriber and have access to exclusive content.
We committed not to send spam and to respect the LGPD. Cancel whenever you want.
Related articles

Leandro Narloch

O Super-Homem bissexual e instrumentalização da cultura

A escritora Rachel de Queiroz costumava contar que pertenceu ao Partido Comunista por 24 horas. Em 1932, logo após ingressar no partido, ela foi chamada para uma reunião com dirigentes do Rio de Janeiro. Eles tinham lido os originais do livro...

Leandro Narloch

Orwell na Catalunha: quatro trechos selecionados pelo tradutor

Meu grande amigo Duda Teixeira, que escreveu comigo o Guia Politicamente Incorreto da América Latina, fez uma tradução primorosa de dois livros do George Orwell: “Homenagem à Catalunha” e o ensaio “Recordando a Guerra Espanhola”.

Leandro Narloch

Os dois motivos por que "denegrir" NÃO é uma palavra racista

A cena é daquelas que fazem a gente retorcer de vergonha alheia. Ao vivo no programa Em Pauta, na Globonews, o jornalista Marcelo Cosme corrigiu a comentarista Carolina Cimenti por ter usado o termo "denegrir". Muito comportada, a jornalista ...

Leandro Narloch

Como conter os desmandos autoritários do STF?

Caro leitor,

Leandro Narloch

Lego remove 'estereótipos de gênero' dos brinquedos

A controvérsia sobre os estereótipos de gênero nos brinquedos Lego; a monomania (obsessão com uma teoria que explicaria tudo); e o cancelamento da semana.

Leandro Narloch

E se Marighella tivesse conquistado o Brasil?

Um desfile militar de catorze horas de duração marcou a comemoração dos 50 anos da RCB (República Comunista do Brasil). O evento contou com exibição de mísseis nucleares e quase 200 mil soldados, cada um deles portando na mão esquerda o livro...
Support
More Options