Especialistas concordam que o desenvolvimento do pensamento crítico e criatividade não são habilidades inatas, para desenvolver é preciso de instrução. No entanto, a grande questão é:
Especialistas concordam que o desenvolvimento do pensamento crítico e criatividade não são habilidades inatas, para desenvolver é preciso de instrução. No entanto, a grande questão é: |
Quando é benéfico para o aluno desenvolver essas habilidades? |
Na educação brasileira essas habilidades são incentivadas desde a educação infantil uma vez que a Base Nacional Comum Curricular “estabelece que a educação deve ser uma oportunidade para o desenvolvimento pleno dos estudantes e que, especialmente nas sociedades atuais, deve resultar de oportunidades equânimes e inclusivas para que todos possam viver com autonomia diante dos inúmeros desafios de nosso tempo. Firma, assim, um compromisso com aquilo que muitos já defendem como educação integral” (Instituto Ayrton Senna, 2020). E a educação integral, por sua vez, na ótica da BNCC é algo além de ensinar e aprender conteúdos e que envolve vivências significativas entre os desafios e possibilidades do século 21, conforme apontado no Guia citado acima. Segundo o documento “Desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico dos estudante – o que significa na escola” do Centro de Pesquisa e Inovação em Educação da OCDE (2020), o desenvolvimento do pensamento crítico e criatividade são necessários na educação integral pois são habilidades apontadas como as mais promissoras para o mercado de trabalho. Conforme citado no documento, em 2018, por exemplo, “CEOs e diretores de recursos humanos de grandes empresas nacionais e multinacionais que responderam à pesquisa “O Futuro do Trabalho”, do Fórum Econômico Mundial, identificaram pensamento crítico e criatividade como a terceira e quinta competências mais importantes (a primeira foi pensamento analítico e inovação, e a segunda, resolução de problemas complexos)”. Ainda, “uma recente pesquisa de mercado realizada pela LinkedIn Learning concluiu que criatividade foi a segunda competência mais procurada pelas organizações em 2019” e o NET (departamento de trabalho dos Estados Unidos) mostrou que criatividade foi a competência cuja importância e demanda mais cresceram em cargos científicos e de engenharia entre 2004 e 2017, e que sua importância aumentou em todos os setores da economia. Nesse ponto evidencia-se o quanto a educação formal tem sido tratada como utilitarista, com uma finalidade econômica de fomentar o mercado de trabalho e para isso desenvolver as habilidades que esse mercado demanda. Mas, não para por ai, além disso o documento da OCDE aponta a importância dessas competências para as democracias modernas e posicionamento político dos cidadãos, onde, segundo o documento: “espera-se que as pessoas exerçam seu pensamento crítico como parte integral da cidadania, tendo a capacidade de formar uma opinião independente e bem embasada para votar e para avaliar a qualidade dos argumentos apresentados na mídia e em outras fontes de informação. Em um mundo digital em que múltiplos fatos, visões, teorias e premissas são oferecidos, o pensamento crítico se tornou ainda mais importante”. |