O novo patamar
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O novo patamar

Tom Brady, Cristiano Ronaldo. Alguns dos atletas que por sua conduta quase irretocável com o esporte chegaram a níveis espetaculares. 

Rica Perrone02/01/2022
2 min
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Tom Brady, Cristiano Ronaldo. Alguns dos atletas que por sua conduta quase irretocável com o esporte chegaram a níveis espetaculares. 

São, hoje, as referências de uma geração que tende a ser mais profissional. Mas não menos humana. 

É fácil saber porque jogador de futebol acha maneiro beber, sair, fazer festa: porque os ídolos da geração que hoje está em campo assim faziam.

Mas mudou. E pra pior. 

A técnica em segundo lugar. O esforço em primeiro. Parece louvável, mas é menos impactante a quem assiste e, portanto, menos interessante de modo geral. 

Haverá sempre um CR7, um Brady, mas a enorme maioria será de seres humanos normais com preferências, interferências pessoais e com menos qualidade. O futebol se nivelou na mediocridade e não na excelencia. Basta ver 10 jogos hoje e 2 do passado em alto nível e qualquer idiota vê a exigência técnica de cada geração.

Vem aí a geração de profissionais ao extremo. Se vai a geração do talento extremo. 

Ganhamos exemplos melhores de profissionais, perdemos com a média que seria incapaz de atingir tal nível. 

Subiu o sarrafo. Caiu a chance do menino sem base familiar conseguir brilhar. Com isso cai as chances de América do Sul e África, que não a toa despencou de "novos donos do futebol" pra eterna promessa. 

O futebol chegou ao impressionante e insuportável nível de que o talento não basta.

Precisamos, porém, parar de cobrar pessoas as nivelando pelos ETs. Se todos treinassem como o Cristiano ele não seria o Cristiano. Simples assim. 

Cada indivíduo tem o direito e o dever de ser quem ele é, fazer o que lhe faz feliz e seguir suas características próprias. A embalagem não cabe como uniforme. 

Dentro de uma embalagem de Coca Cola está sempre uma Coca Cola. Dentro de um uniforme está sempre um ser humano diferente um do outro.

Aceitemos. 

Virão Cristianos, Bradys, mas também Romários, Djalminhas e Edmundos. E que bom que temos ambos. Pena que o futebol esteja caminhando pra não aceitar um deles e, curiosamente, os mais talentosos. 

"Evoluímos" pra pior. 

RicaPerrone

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