Por Riva / 19 de novembro de 2022 / sábado / 14h40
Por Riva / 19 de novembro de 2022 / sábado / 14h40 | ||
Na manhã deste domingo, 20 de novembro, teremos a cerimônia de abertura da Copa do Mundo do Catar de 2022 e, logo após, a primeira partida da competição (Catar x Equador). A Copa do Mundo da FIFA é o maior evento de futebol do mundo, movimenta negócios bilionários e atrai a atenção de bilhões de telespectadores. Em 2010, quando o Catar se candidatou para sediar a Copa de 2022, ficou bem claro que o país de 2,8 milhões de habitantes - com mais de 80% da população formada por estrangeiros - queria criar uma cortina de fumaça para esconder o regime ditatorial. | ||
Sabemos que nos últimos meses e, principalmente, a partir do próximo domingo, a paixão dos torcedores, a quantidade de dinheiro que serão gerados, a alegria do povo e a presença da maioria dos principais jogadores de futebol do mundo, farão que a imensa maioria dos torcedores esqueçam que no Catar os direitos humanos são violados e o trabalho escravo / ou escravidão moderna são notoriamente expostos. Mesmo que o governo do Catar negue. | ||
No Catar, o regime ditatorial não permite que o país se submeta à constituição, não permite que existam partidos políticos, a última eleição foi realizada em 1970, a imprensa é censurada, os direitos das mulheres são limitadíssimos e os migrantes são maltratados. | ||
Para construir estádios modernos, centenas de grandes prédios e uma infraestrutura moderna, o país precisou da mão de obra dos imigrantes que trabalharam em condições terríveis. A falta de segurança para os trabalhadores, as jornadas exaustivas em temperaturas altíssimas, as moradias precárias, o atraso de salário, a restrição de liberdade, a situação de servidão por dívida e Kalafa (sistema que proíbe o trabalhador estrangeiro de mudar de emprego sem a autorização do atual patrão), são algumas das situações enfrentadas pelos trabalhadores. | ||
A maioria dos imigrantes são da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal, Sri Lanka, Filipinas e Quênia. Juntos, os imigrantes desses países somam 1,3 milhão de pessoas que sonham com dias melhores e justiça. Lembrando que, segundo o jornal britânico The Guardian, 6.500 operários morreram desde o início das obras para a Copa do Mundo da FIFA no Catar. Infelizmente, grande parte dos patrocinadores, das empresas envolvidas com o evento e da imprensa pouco fizeram para que nós tivéssemos uma Copa do Mundo menos desigual e mais humanitária. |