A SEMANA NA HISTÓRIA – XXIII (14 a 20 de novembro)
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A SEMANA NA HISTÓRIA – XXIII (14 a 20 de novembro)

Estamos de volta, com uma edição especial de A Semana na História!  Anteontem, 14 de novembro, foi o centenário do falecimento de D. Isabel de Orleans e Bragança, também conhecida por Princesa Isabel, a Redentora. Primeira mulher a exercer, a...

natacam
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Estamos de volta, com uma edição especial de A Semana na História!  Anteontem, 14 de novembro, foi o centenário do falecimento de D. Isabel de Orleans e Bragança, também conhecida por Princesa Isabel, a Redentora. Primeira mulher a exercer, ainda que interinamente, o cargo de chefe de Estado do Brasil, mais conhecida por ter assinado a Lei Áurea, seu legado ainda não é visto em seu tamanho devido, ora sendo mitificado, ora sendo menosprezado. Afinal, quem foi a Isabel além da assinatura de um documento?

Nascida em 29 de julho de 1846, segunda filha de D. Pedro II e de D. Teresa Cristina, tornou-se herdeira do trono brasileiro aos quatro anos, após o falecimento de seus dois irmãos varões. Sob a supervisão da Condessa de Barral e por influência de D. Pedro, teve aulas de literatura, latim, francês, inglês, alemão, botânica, mitologia, matemática, astronomia, química, história, desenho, dança, piano, entre outras. Com o tempo, desenvolveu aptidões artísticas, especialmente na área da música.

Num período onde a participação das mulheres na vida pública praticamente inexistia, inicialmente a princesa não demonstrava interesse na política brasileira dedicando-se mais à vida doméstica e religiosa. Ao longo dos anos, porém, precisou assumir a regência do Império por ocasião das viagens de seu pai, assumindo o reinado em três ocasiões: 1871-2, quando assinou a Lei do Ventre Livre, 1877-8 e 1887-8.

Nesse período, havia uma ativa campanha abolicionista no Brasil, mobilizando nomes como Joaquim Nabuco, Luís Gama, José do Patrocínio, Visconde de Taunay e André Rebouças (amigo pessoal da princesa) em prol do fim da escravidão. Inicialmente de forma reservada e depois publicamente, Isabel aderiu à causa, chegando a entrar em atrito com o Barão de Cotegipe, principal representante dos escravocratas. O movimento culminou na assinatura da Lei Áurea em 13 de maio de 1888. Por conta disso, e por seu notório apoio à Doutrina Social da Igreja, recebeu a Rosa de Ouro do papa Leão XIII. Foi homenageada por Carlos Gomes na ópera O Escravo e por Chiquinha Gonzaga no Hino à Redentora.

O movimento abolicionista, porém, ambicionava reformas mais amplas, de modo a garantir a cidadania aos libertos, programa endossado pela princesa. Processo que se quedou inacabado e deixado de lado com a proclamação da República em 1889, que levou a família imperial ao exílio. Isabel foi morar com a família na França, falecendo sem nunca mais retornar à sua terra natal. Seus restos mortais retornaram ao Brasil em 1953.

Por hoje é isso! Até o próximo A Semana na História!