#0009 - Organizando a bagunça
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O caos é apenas a ordem esperando para ser decifrada."― José Saramago | ||
Passada a histeria inicial e toda a confusão causada por uma euforia artificial ocasionada pelo sensacionalismo da imprensa, é hora de nos acalmar e entender o que está acontecendo. Vamos colocar um pouco de ordem no caos. | ||
A crise do coronavírus se iniciou na China, especificamente em Wuhan, por volta da segunda semana de dezembro de 2019. Há controvérsias sobre o primeiro caso que pode ter sido um homem de 55 anos em 17 de novembro, ou uma mulher de 57 anos, vendedora de camarão. No caso da mulher, ela foi colocada em quarentena no final de dezembro, assim que os médicos perceberam a gravidade da situação. Porém, por volta da terceira semana de janeiro, o coronavírus ainda era uma incógnita para o mundo. Em 30 de janeiro a OMS declarou o coronavírus como uma epidemia e em 11 de maio foi declarada uma pandemia global. | ||
Para se ter sucesso no combate a essa pandemia duas premissas são fundamentais. A primeira é a calma, para poder analisar os fatos e deixar que os especialistas tomem as melhores decisões. A segunda é a honestidade e a transparência, para que os esforços possam ser otimizados e também para evitar o pânico na população. Essas duas premissas estão estão fortemente ligadas e a calma virá como consequência de uma estratégia clara e transparente. Mas isso não é fácil, principalmente se considerarmos que há muitos interesses conflitantes por traz. Esses interesses vão muito além de simplesmente encontrar uma vacina, um tratamento ou simplesmente evitar uma grande perda de vidas humanas. Vamos a alguns fatos: | ||
A China demorou para informar a OMS sobre o coronavírus: A China perdeu uma grande oportunidade de conter a pandemia logo no seu início. Um documento revelado em 14 de março pelo jornal do partido comunista chinês revela que o presidente da China, Xi Jinping, soube do coronavírus, no dia 7 de janeiro, quando fez um pronunciamento apenas para autoridades chinesas sobre como lidar com a doença. Alguns dias depois, o prefeito da cidade de Wuhan, Zhou Xianwang, o epicentro da pandemia, veio a público se desculpar e renunciar por ter demorado em alertar o mundo. | ||
A China escondeu informações e manipulou os dados: China escondeu a extensão do surto de coronavírus, monipulando o número o total de casos e mortes, concluiu a comunidade de inteligência dos EUA em um relatório enviado à Casa Branca, segundo três autoridades dos EUA. | ||
A OMS se mostrou confusa e não deu a devida atenção ao problema. Em 12 de janeiro, a OMS informou que o coronavírus não estava se espalhando e que não havia evidências de transmissão entre humanos. A esta altura, a OMS já tinha em mãos o mapa da sequência genética do vírus e deram claras demonstrações de que estavam confiando cegamente no envio de futuros relatórios pela China. Dias depois a OMS mudou o discurso e passou a informar que sim, havia indícios de que o vírus estava sendo passado de pessoa para pessoa. A OMS pode ter acreditado em informações imprecisas entregues pela ditadura chinesa ou feito uma avaliação precária das informações recebidas. | ||
Interesses dispersos da OMS: A OMS deus sinais claros de que tem muita política em jogo e de que não está pensando exclusivamente na solução da pandemia, quando deixa de considerar ações de sucesso no confronto do coronavírus, como é o caso de Taiwan que é vista como um dos poucos lugares no mundo onde a disseminação foi contida e sem a necessidade de recorrer a medidas draconianas. Mas, apesar do sucesso, Taiwan ainda está impedida de ser membro da OMS devido às suas diferenças com a China. Nesta semana, o vice-primeiro ministro japonês, Tarō Asō, chegou a dizer que a OMS deveria se chamar "OCS - Organização Chinesa de Saúde". Para completar, o epidemiologista Bruce Aylward, que liderou as ações da OMS na China no início da pandemia, se esquivou de responder a uma pergunta sobre a OMS aceitar Taiwan como membro de forma extremamente constrangedora. | ||
https://twitter.com/studioincendo/status/1243909358133473285?s=20 | ||
O video a seguir, explica melhor essa história: | ||
https://youtu.be/Iu3lm0W6saU | ||
Desaparecimento de jornalistas que cobriam o início da pandemia. Temos que reconhecer que alguns poucos jornalistas, de fato se preocupam em fazer um trabalho sério e honesto. É o caso do jornalista independente chinês, Chen Qiushi, que por razões ainda inexplicáveis, está desaparecido desde de 6 de fevereiro. Chen já demonstrava preocupação com sua situação na China. | ||
Desaparecimento de médicos que tiveram a primeira experiência com o coronavírus. A diretora da emergência do hospital central de Wuhan, Ai Fen, diz em entrevista à uma revista chinesa, que agentes da censura do partido comunista chinês estão tentando reescrever o que de fato aconteceu no início da pandemia. Ela fala também como os seus superiores no hospital a repreenderam logo que ela alertou sobre surto. A doutora Ai Fen está, misteriosamente desaparecida há alguns dias. | ||
https://twitter.com/60Mins/status/1244211674439016449?s=20 | ||
A China expulsou 3 jornalistas do WSJ: A China revogou as credenciais de três jornalistas do Wall Street Journal com sede em Pequim. Essa foi a primeira vez que o governo chinês expulsou simultaneamente jornalistas de uma organização internacional de notícias na era pós-Mao. Este, sem dúvida é um sinal de alerta que pode significar que a China está escondendo muita coisa. | ||
E o mais curioso disso tudo, é que a OMS, através do seu diretor geral Tedros Adhanom, elogiou a China por, segundo ele, estar fazendo um excelente trabalho no combate à pandemia. Mesmo depois de tanta confusão e suspeitas de manipulação de dados, de ocultação da verdade, desaparecimento de pessoas, etc. | ||
https://youtu.be/D1a4Pq5GQBc | ||
A clara ação da China, na tentativa de ocultar os fatos mostra que não há, de fato, uma preocupação com a transparência que é fundamental para se ter sucesso no combate a essa pandemia. O coronavírus pode ser considerado a Chernobyl chinesa e isso está preocupando a China que não quer ser marcada na história por ter proporcionado uma catástrofe global. Uma vez que não há um comprometimento com a transparência e com a verdade, não é prudente, nem inteligente afirmar que a China está no caminho certo no combate à pandemia. Há quem defenda a tese de que a China deverá indenizar todos os países afetados pelos danos causados pelo coronavírus. | ||
Atualmente, o número total de mortes pelo novo coronavírus está em 42.107. Aproximadamente 857,487 pessoas infectadas foram registradas em 183 países. |