ANOTÇÕES - NAUSEA

CONCEITOS LITERÁRIOS METAFÓRICOS

Náusea & Vômito

Inspirado por

Nauseado - Matheus Peleteiro.

Náusea - Felipe Alvez.

Contos não refletidos e apenas lidos, sempre levam a uma mudança de postura radical e extremista. Mas isso não é defeito deles, é exatamente a sua pretensão. Um conto ou uma provocação não tem como intenção defender o seu ponto nos maiores pormenores e lutar incessantemente para estar no razoável, rebater interpretações falsas e exageros. Ele é forte e “extremo” em sua mensagem porque ele tem a pretensão de apresentá-lo no mais básico, de abrir reflexão, de servir de parábola para incitar algo que é melhor quando é para alguém que pensa completamente ao contrário do que está lá.

Náusea é a ameaça de um desabafo, é a ânsia, é quando ameaçamos jogar fora mas temos que engolir algo indigesto, algo que está preso, oculto, e que engolimos à contragosto.

Náusea é a vontade de expelir o que somos impelidos a engolir, de forma indigesta. É os assuntos/feridas que evitamos tocar, que estão presos no fundo da garganta, que estão ocultos e onipresentes, ou aquilo que nos é imposto...

Quando estamos nauseados e vomitamos, vomitamos não só aquilo que nos fez mal, mas junto com isso, tudo que a gente comeu no dia.

Vômito é quando esprememos demais até algo explodir. É por exemplo, quando os filhos que tem pais superprotetores fazem loucuras só pra contrariar, que não fariam se fossem mais livres, ele ficou tanto tempo preso, que quando saiu, exagerou.  É quando você está indo super bem no que tá fazendo, até alguém te observar e sair tudo cagado.

É quando após a censura, banheira do Gugu 2h da tarde acontece, é quando há um exagero da desconstrução, é quando você se perde no próprio ponto, impelido pelo exagero do ponto contrário

Ou é, simplesmente, quando o oprimido vira opressor.