Botafogo: dos novos na elite, o melhor [Mas só com a SAF vendida]

Há alguns dias publiquei um conteúdo - no meu canal do YouTube e em texto aqui no PingBack - falando sobre um "pequeno" problema que os clubes que conseguiram o acesso à elite do campeonato brasileiro de futebol - Botafogo, Goiás, Coritiba e Avaí - vão enfrentar no início da temporada 2022: receitas, ainda, de segunda divisão!

Mas o futuro próximo de um desses clubes, o Botafogo, pode torná-lo exceção e colocar o time carioca num cenário totalmente diferente.

Como já é de conhecimento de todos (acho que sim, né?!?) o investidor norte-americano John Textor está negociando a compra de 90% da SAF Botafogo e assumindo assim o controle do futebol do clube. Esse movimento de criação da SAF e a aproximação de Textor fizeram com que a torcida botafoguense comemorasse cada passo dado pelas partes em direção à confirmação desse negócio. E não é pra menos. Como também já de conhecimento de todos (agora sim, né?!?) o time da Estrela Solitária é um dos tradicionais brasileiros em situação financeira e administrativa muito complicada e de difícil recuperação. A aprovação da lei da SAF e o movimento que o clube fez para essa nova possibilidade é muito provavelmente a mais viável e menos sofrida via de resgate institucional. Obviamente devem existir outras vias, mas que demandariam muito mais trabalho - não que a SAF não demande - e ainda muito mais paciência - não que a SAF não demande - do que o cenário SAF/Botafogo.

A questão SAF já foi levantada por aqui também e todas as necessidades além da mudança de regime jurídico necessárias para um projeto de futebol digno. Vou tratar aqui do efeito imediato caso o negócio se concretize e a vantagem que o Botafogo terá em relação aos novos integrantes da elite do futebol brasileiro.

Alguns detalhes do acordo que está para ser assinado com o investidor americano foram divulgados e entre eles existe uma previsão de aplicação de recursos financeiros garantidos por contrato. Inclusive com prazos já definidos. E é justamente aí que o Botafogo pula na frente dos novos da elite.

Mas porque os clubes que sobem pra primeira divisão enfrentam esse problema de receitas se já estão na série A? Essa pergunta já foi respondida no conteúdo que indiquei no início desse texto. Confere lá.

O total de investimentos financeiros de John Textor no Botafogo nos primeiros 3 anos de contrato é de 400 milhões de reais. Desse valor, 150 milhões serão repassados ao Botafogo (50 para o clube associativo e 100 para a SAF) já na pré-assinatura e assinatura do contrato de venda dos 90% da Sociedade Anônima do Futebol. E é justamente esse valor de 50 milhões dedicado ao clube "original" que vai possibilitar um fôlego e vantagem financeiros  na montagem do elenco para a temporada 2022. Ainda nesse Janeiro o investidor fará um "empréstimo-ponte" de 50 milhões e estes serão direcionados ao clube para cobrir as despesas correntes atuais e também para contratações para o futebol enquanto a assinatura oficial da compra não ocorre. A garantia desse valor, em contrato, pelo Botafogo foi uma opção muito inteligente, necessária, e que vai compensar justamente a diferença de receitas que o clube tem nesses primeiros 5 meses do ano por estar vindo da 2ª divisão do campeonato brasileiro.

Como disse, os 50 milhões não serão totalmente direcionados para contratações mas farão muita diferença ao Bota. É uma vantagem IMENSA em relação a Goiás, Coritiba e Avaí. E vantagem em relação a alguns outros clubes que já estavam na série A também. Tenha certeza.

Essas informações foram dadas pelo advogado André Chame, que participou como um dos representantes do Botafogo em toda a negociação com o investidor americano, ao jornalista Rodrigo Capelo. Segue aqui o link da reportagem: entrevista André Chame

A SAF trará benefícios imediatos ao clube carioca e isso, se bem trabalhado pelo departamento de futebol, pode garantir a permanência do clube na elite para a temporada 2023. E o histórico do Campeonato Brasileiro nos mostra o quanto é comum times que sobem de divisão não conseguirem se manter para o ano seguinte.

Que o projeto da SAF Botafogo seja de sucesso e sirva como exemplo pra outros clubes no país. Sempre lembrando: a SAF não é um fim e sim um meio pra se chegar a uma gestão profissional e saudável.

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Abraço e bom futebol !