Quantas matérias entituladas "o inverno cripto chegou" você leu nos últimos dias? Por aqui, muitas. Mas, como diria Sandy&Júnior, "passa o inverno, chega o verão" (na verdade é primavera, mas vamos preservar a letra pela liberdade poética...)
"Entra ano e sai ano, as estações mudam e, como diria Einstein, a tolice dos homens permanece." | ||
Nas últimas semanas, a quantidade de matérias que eu li com o título "O inverno chegou" foi tanta que eu por um momento pensei que Game of Thrones estava de volta. Mas, o foco aqui era outro: em vista de uma piora na performance dos criptoativos e uma série de eventos desanimadores, o pessimismo foi patente: é o fim da Web 3! O hype passou! Já eram os NFTs! | ||
Talvez seja a terceira vez que eu ouço esse discurso ao longo desse ano. Pode ser impressão minha, mas contra dados não há argumentos: o mercado das blockchains já passou por pelo menos 4 ciclos. Também, não é pra menos: um mercado volátil, expansivo, não regulado e altamente especulativo: de tédio, por aqui não se morre. | ||
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Li uma analogia do Eduardo Vasconcelos, da Bits, Stocks e Blocks, que é muito precisa: em 2018/19, último ciclo do mercado, observou-se uma queda de 75% do valor do mercado, somando uma perda de aproximadamente 800 bilhões de dólares. Podemos pensar nessa queda como a bolha da internet, no início dos anos 2000. Para aqueles que se lembram da história, sabem que a bolha da internet correu pra que a crise de 2008 pudesse andar. Assim, ela antecedeu um fato desastroso -- o que se repete agora. | ||
Lá em 2019, muitos tokens foram lançados sem que existissem usos reais ou modelos de negócios. O mercado se ajustou pela ausência de fundamentos. Agora, em 2022, podemos ver, respeitadas todas as condições de temperatura e pressão, a crise do subprime aparecendo: se a primeira é endógena da indústria, a segunda é exógena. Da mesma forma que os bancos americanos super alavancados tornaram uma correção de mercado algo que afundou a economia global, aqui a alavancagem e a péssima gestão de riscos tiveram impacto semelhante. | ||
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De uma maneira geral, o cenário global é o seguinte: com a alta da inflação nos países Nortistas, os Bancos Centrais aumentam suas taxas de juros. Sabe a Selic? Bom, ela é a nossa taxa de juros real. Em outras palavras, a Selic dita o valor do real (literalmente). Assim, quando a Selic sobe, o acesso ao crédito fica mais caro, o consumo cai e a inflação reduz. Da mesma forma, quando ela cai, o acesso ao crédito fica mais barato, o consumo aumenta e a inflação sobe. | ||
Assim, o aumento dessas taxas no mundo todo faz com que a inflação seja iminente e pouco previsível, o que influi diretamente o preço dos ativos. As empresas de tecnologia, nessa história, são as mais afetadas, pelo fato de que seus ativos são considerados de longa duration, o que significa dizer que o prazo médio em que quem investe em um título de Renda Fixa vai reaver o capital investido mais os juros é maior que outros ativos com duration menor. Segundo o S&P 500, as empresas de tecnologia acumulavam queda de 75% no primeiro semestre de 2022. Nesse contexto, a queda dos crypto ativos é mais do que esperada. | ||
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Existem inúmeras outras variáveis que explicam os temores atuais e as descrenças com o mercado blockchain. Poderíamos destacar, por exemplo, a redução dos NFTs a artes, fazendo o interesse pela tecnologia diminuir; a apropriação dos conceitos de Web 3 como mais um recurso discursivo das grandes empresas pra manter os mesmos erros da Web 2, tal qual o emprego de Finanças Descentralizadas por empresas centralizadoras (paradoxal à vera), dentre tantas outras coisas. | ||
O ponto, my readers, é que Sandy&Junior jamais errou (no singular mesmo, porque pra mim a dupla é uma coisa só): | ||
Passa o inverno, chega o verão O calor aquece minha emoção Não pelo clima da estação Mas pelo fogo dessa paixãoNa primavera, calmaria Tranquilidade, uma quimera Queria sempre essa alegria Viver sonhando, quem me dera | ||
Apesar de uma pequena imprecisão temporal, dado que a primavera vem após o inverno (e não o verão -- mas que vamos passar pano, afinal, liberdade poética), estamos, de fato, no inverno. Ele vai até o dia 23 de setembro, caso você esteja se perguntando. Dá pra acreditar que, quando houve a bolha da internet, as pessoas negaram essa inovação? Falaram que era hype. Conhece essa história? | ||
O ponto que quero trazer (que vai soar um pouco clichê/romântico, mas faz parte), é que estações do ano tem início, meio e fim, sendo sucedidas por outras logo após. Da mesma forma, crises, ciclos ou qualquer nome que você deseje dar, segue a mesma lógica: começam, se desenvolvem, terminam. O novo agita, reorganiza arranjos, traz instabilidade. Por esse motivo, é extremamente importante estar atento, por dentro e, sobretudo, sedento. | ||
A percepção pública está ruim, de fato. Mas ela é formada pelo senso comum. Minha mãe já dizia: você não é todo mundo. E a sua? | ||
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