Por quê você não deveria se render a internet
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Por quê você não deveria se render a internet

Victor Maia
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Você é igual uma criança frente a esse mundo de "aproveitadores" digitais
Você é igual uma criança frente a esse mundo de "aproveitadores" digitais

Você já deve estar de saco cheio de receber mensagens minha incentivando você a desenvolver cada vez mais massa crítica, parar de acreditar em tudo que vê e ouve por aí e ler mais para poder tomar melhores decisões.

Pois é, o tema da newsletter de hoje é algo que já vem me intrigando e incomodando faz algum tempo.

Veja bem, não tenho nada contra os Novos Ricos que utilizam a internet para alavancar seus bens. Ora bolas, eu mesmo busco fazer isso com meus ativos.

Mas o que precisamos prestar a atenção são: nas narrativas, nas ações e no contexto.

Foi dessa forma, ficando mais criterioso no que consumo, no conteúdo que vejo nas minhas redes sociais, que recebo em meu e-mail e em outras mídias. Só nos últimos dias "limpei" mais de 200 contas que seguia no meu Instagram.

Sabe por quê?

Parei e e refleti: essas contas me trazem valor? Falam algo que não sei? É algo imperdível?

Não! São apenas contas barulhentas, ostentadoras e (até certo ponto) mentirosas.

Incrível como a internet proporcionou um aumento absurdo de pessoas que construíram seus castelos em bancos de areia. De fato o Brasil não aprendeu nada com o caso Bel Pesce, em que construiu toda a sua autoridade sobre um fato distorcido.

Não só não aprendemos, como constantemente elegemos novas Bel Pesce nas redes sociais.

São figuras que te vendem curso de como ficar rico, mas não ficaram ricos até venderem muitos cursos de como ficar rico. São empreendedores que vendem cursos de Gestão avançada, mas você descobre que não rezam a cartilha que pregam.

Um mundo de hipocrisia!

E onde está você no meio disso tudo? Financiando todos eles. Sua atenção é o ativo mais disputado desse tipo de gente, e como isso é medido? Tempo de vídeo assistido, número de seguidores, alcance e taxa de engajamento.

E acredite, mesmo eu sendo um profissional de marketing, que já ajudou diversas pessoas e empresas a construírem seus domínios em áreas digitais. Autoridade, tráfego e vendas; só abri os olhos para isso de fato agora. Esse tipo de pessoa precisa de você para ser rico, eles não geram riqueza. Eles não "trabalham" de fato...

Eles utilizam um atalho, o famoso gado 🐂. Eu prefiro nomear de palhaços 🤡.

Enfiaram o nariz vermelho na sua cara e você aceitou de idiota que é.
Enfiaram o nariz vermelho na sua cara e você aceitou de idiota que é.

Como deixar de ser palhaço?

Essa é uma pergunta que a resposta pode variar de pessoa para pessoa, pois é um processo. Você desenvolver um olhar mais criterioso para certas coisas, uma forma cética de enxergar o mundo.

Algo quase na direção do que Taleb fala em suas obras. Se você não leu nenhuma obra de Taleb, recomendo começar por Arriscando a Própria Pele.

Esse tipo de coisa é um processo e leva tempo e precisa maturar. Uma das coisas que aconteceram comigo foi tentar viver o que essas pessoas, responsáveis por essas contas barulhentas, vivem em um dia. Não ipsis litteris, mas emulando. Utilizando as redes sociais para valorizar o seu passe, e o tempo todo te empurrar um produto.

O resultado foi algo que você deve ter imaginado ao finalizar a linha de leitura: uma bela merda!

A partir daí comecei a tomar ações mais direcionadas para o que o que eu já estava sentindo e percebendo e comecei a limpar o meu feed em todas as redes. Comecei pela mais barulhenta de todas: o Instagram.

Como priorizei a limpeza e como você pode fazer de forma semelhante?

Bem, eu desenvolvi uma trinca de perguntas bem simples para o que eu desejo ter de uma conta que eu sigo na rede. São elas:

  1. Essa pessoa/conta é um parente ou amigo muito próximo?
  2. Essa pessoa/conta é do ciclo profissional e eu a conheço pessoalmente?
  3. Essa pessoa/conta me ajuda a ser um ser humano melhor?

Foi com esse simples sistema de perguntas que eu priorizei quem eu mantive na minha e quem eu não mantenho. Lembre-se sempre, o foco aqui é pensar em você; ou seja, precisa gerar valor para você e não importa em qual esfera da sua vida.

Um disclaimer importante sobre a pergunta nº3: Ajudar a ser um ser humano melhor é algo bem amplo, logo eu priorizei da seguinte maneira, essa conta ou pessoa me ajuda a ganhar mais dinheiro? Me ajuda a a controlar problemas espirituais e mentais (ansiedade, mensagens positivas, filosofia)? E por aí vai...

Se a conta ou pessoa tem um negativo em qualquer uma dessas três perguntas é unfollow na hora.

O que isso tem significado? Menos horas pendurado no celular. Só produzo conteúdo que gera mais valor pra minha audiência naquela mídia e o principal, eu não fico me cobrando para ter um conteúdo comercial ou realizar vendas pelo meu perfil no Instagram (por exemplo).

Não preciso dele, ele nunca me gerou R$1,00 sequer.

Já o meu conteúdo em blog, vídeo, podcast, essa newsletter e no meu LinkedIn, me ajudam recorrentemente à alcançar objetivos dos quais eu desejo. O importante é saber falar a língua da sua audiência na rede em que você está inserido, gerando valor.

"Ah, Victor, mas eu sigo fulaninho porque eu morro de rir com o conteúdo dele."

Bem, eu não faço isso. Se eu quiser rir, eu assisto um filme de humor, um espetáculo de standup commedy ou algo do tipo. Você não precisa seguir isso, essa receita é o que funcionou para mim. Para você será diferente, aposto!

Por isso, é importante dedicar tempo e analisar o que lhe faz bem e como cada uma das redes pode funcionar ao seu favor. O que eu cheguei a conclusão é que meu Instagram será como um diário pessoal, ou seja, envolverá minhas viagens, coisas do meu dia-a-dia empreendedor, rotina de cuidados com a saúde e exercícios e por aí vai. Se você não quiser ver isso, fique a vontade para não seguir 😉.

É importante apenas manter a curadoria por lá para não perder nenhuma potencial oportunidade por algo comprometedor postado em meu Instagram. E é isso, sem mais os conteúdo vendedores e cuidado com os vendedores de sonhos.

Tudo de bom na vida dá trabalho e leva mais tempo do que imaginamos.

Novidades sobre o blog

Semana passada tivemos boas novidades no blog Elemento, com a adição dos primeiros colunistas à equipe. Ou seja, não serei mais o único a escrever artigos e não precisarei contar somente com convidados para escrever outros artigo.

As áreas que os novos colunistas irão se envolver são várias e as principais são: lifestyle, marketing, empreendedorismo e e-sports.

Inclusive, já tenho um podcast agendado para gravar com o colunista de e-sports. Prepare-se, será um baita conteúdo!

Falando em e-sports, você viram a treta que rolou no final da semana passada entre a Epic Games - produtora do Fornite - com a Apple e o Google?

O game foi banido das app stores por fornecer pagamento in-app sem passar o comissionamento para as gigantes, Apple e Google. Isso pode significar alguns milhões de dólares em receita extra para ambas, mas acredito que o movimento punitivo, foi muito mais uma estratégia de negociação.

Por quê seria uma estratégia de negociação?

Fortnite é um dos games que possui os fãs mais die-hard nos Estados Unidos, onde o mercado de e-sports está bem maduro e com muito dinheiro circulando. Inclusive, o game possui eventos exclusivos que rolam dentro dele como: durante o Super Bowl foram inúmeros eventos de ativação dentro do game e no início da quarentena o rapper Travis Scott realizou um show para o jogadores do game.

Você pode assistir na íntegra clicando aqui.

Mas o que de fato isso significa? A Apple e o Google estão apenas de olho em um pedaço da fatia que o jogo movimenta. No entato, o game possui força o suficiente para sobreviver sem precisar das gigantes; até porque a principal plataforma para game não é a versão mobile.

350 milhões de jogadores no mundo inteiro. Precisam mesmo da Apple?!
350 milhões de jogadores no mundo inteiro. Precisam mesmo da Apple?!

Além disso, Fortnite foi o game mais rentável do ano de 2019, vencendo inclusive o já tradicional League of Legends da gigante Riot Games e que possui dinheiro Chinês da Tencent.

With that said, i rest my case!

Extras da Semana

O rapper The Weeknd se inspirou no Travis Scott e realizou um show fechado para uma plataforma. No entanto, o caso do The Weeknd foi para o TikTok e não para o Fortnite.

A estratégia foi para realizar o lançamento de uma nova música apenas para quem está na plataforma.

Até semana que vem!

Victor Maia