Renato Portaluppi no Grêmio: Sabotagem e Idolatria.
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Renato Portaluppi no Grêmio: Sabotagem e Idolatria.

Renato Portaluppi sem dúvidas é o maior nome da história do Tricolor Gaúcho, Renato foi campeão da Libertadores como jogador e treinador pelo clube, o participando assim, de duas conquistas das três que o clube possui da competição mais impor...

Gustavo Machado
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Renato Portaluppi sem dúvidas é o maior nome da história do Tricolor Gaúcho, Renato foi campeão da Libertadores como jogador e treinador pelo clube, o participando assim, de duas conquistas das três que o clube possui da competição mais importante do continente. 

Em 2010, quando Renato chegou para comandar, agora como treinador, o clube que o fez despontar como atleta, encontrou um ótimo elenco, mas jogando muito abaixo do seu potencial, encontrou a equipe na zona do rebaixamento e levou o Grêmio a conseguir uma vaga na Libertadores jogando um futebol de encher os olhos da torcida do Grêmio.

Em 2011, Renato ganha o direito de seguir como treinador do Grêmio, mas a contragosto da diretoria que havia sido trocada ao final do ano anterior, Renato foi sabotado pela diretoria comandada por Paulo Odone e acabou sendo demitido após não receber os reforços que pediu. O racha foi tamanho com a diretoria que Renato não foi convidado para a inauguração da Arena do Grêmio ao final de 2012. O Presidente Paulo Odone decidiu não o chamar. 

Em 2013 um presidente histórico volta ao Grêmio, Fábio Koff promete reformular o time comandado por Luxemburgo, que após muitos resultados ruins é trocado Renato Portaluppi, que pega novamente o Grêmio em uma péssima colocação e entrega a vice liderança da competição, a melhor colocação do Grêmio em campeonatos brasileiros desde 2008, quando também havia sido vice campeão. Ali, Renato tinha uma equipe muito diferente do bom futebol que havia em 2013, o Grêmio tinha um time pouco equilibrado, mas com algumas ótimas individualidades que desequilibravam as partidas para o lado do Grêmio ao decorrer do campeonato brasileiro. Ao final daquele ano, Renato é novamente trocado, desta vez por Caio Júnior, e então fica caracterizado como Renato chega ao Grêmio apenas para apagar incêndios.

Em 2016 o treinador do Grêmio era Roger Machado e naquele anos havia muita expectativa para a volta do Grêmio a conquistas de títulos. De fato, isso aconteceu, mas não dá forma como havia sido planejado. Na metade da temporada Roger amargava uma péssima colocação no Brasileirão, além de já ter sido eliminado da Libertadores, Renato chega novamente para apagar um incêndio e com alguns retornos importantes de jogadores que estavam contundidos o Grêmio arrancou para a conquista da Copa do Brasil daquele ano, dando adeus a um longo jejum de títulos. 

Em 2016 podemos dizer que houve um trabalho em conjunto de Renato com Roger, mas em 2017 o mérito é todo de Renato e sua comissão técnica. Logo no início da temporada o Grêmio perde três jogadores importantíssimos no seu meio campo, que era o principal pilar daquela equipe. Maicon e Douglas estavam contundidos com seriedade e perderiam praticamente toda a temporada, além de Wallace que foi negociado com o futebol alemão, a diretoria por sua vez disse que não traria reforços a altura para substituir os ídolos, então Renato precisou encontrar a solução dentro de casa. Renato encontrou Arthur e recuou Luan para jogar como meia e fez o tricolor jogar um futebol que encantava a torcida é que conduziu a equipe rumo ao título da Libertadores depois de mais de 20 anos sem a conquista desta competição.

Desde o final de 2017 até a queda de Renato, no início de 2021, a diretoria do Grêmio não soube melhorar a equipe trazendo jogadores de fora, todas as soluções encontradas pela diretoria do Grêmio no mercado não ajudavam a equipe dentro de campo, ou seja, Renato que também cometeu erros na indicação de alguns jogadores, precisava encontrar soluções dentro de casa, ano após ano. 

A diretoria usava o nome e o prestígio do treinador para se blindar, Renato poderia chegar com um nome para os diretores, mas quando os valores assustavam a diretoria, ela mesmo apresentava outro nome a Renato, que acabava aprovando, então o jogador chegava ao Grêmio com a credencial de ter sido indicado pelo maior ídolo da história do Grêmio, Renato gastava seu capital de prestígio, enquanto a diretoria parasitava ele e alguns diretores almejavam outros cargos, agora também na política comum, não apenas no futebol. 

Até 2021 Renato fez um sistema dentro do clube onde ele tinha o controle de muitos setores dentro do centro de treinamento, isso afetou o ego de alguns políticos dentro do clube, que haviam políticos titulados no comando, mas Renato, em suas palavras, como já disse em algumas entrevistas “não seria comandado por pessoas menos capacitadas que ele”. Renato bateu de frente com o sistema do Grêmio, e ele não suportou, acabou caindo, o que faz levantar a seguinte reflexão: Se nem o maior ídolo da história do clube suporta um combate contra o sistema político do clube, o que sobra para os ídolos recentes ou atletas que acabaram de chegar?

Renato vai embora do Grêmio e tudo o que ele havia construído é desmanchado pelos revolucionários que entendiam que as boas campanhas e o bom ambiente entre os atletas e comissão técnica, respeito ao comando do treinador eram todos dados da natureza, nada tinha a ver com o trabalho de Portaluppi. Renato sai e entram os diretores que o treinador temiam que entrassem, ele estava certo em temer, o Grêmio vai de candidato ao título brasileiro a rebaixado em 2021 quase que em queda livre. Os revolucionários que jogavam pedras no trabalho de Renato agora jogavam pedras em seu legado, também por eles destruído, muitos o culpavam pelo rebaixamento, mas a verdade sempre acaba aparecendo mais cedo ou mais tarde. 

Renato Portaluppi volta em 2022 para reconduzir o Grêmio rumo a Série A em uma jogada de quase desespero da diretoria do Grêmio. Os dirigentes que o sabotaram em 2021 tiveram que deixar o comando para que Renato voltasse, mas em 2022 o fim de uma era que comandava o Grêmio desde 2016 aparentemente chegou. Em 2023, até a sexta rodada do estadual, Renato parece tentar repetir a equipe de 2017, tendo um meio campo talentoso e um centro avante fixo no ataque. A equipe do Grêmio tem um bom potencial, mas o ano ainda é longo e precisamos analisar melhor como o time vai reagir aos diferentes desafios que vão aparecer na temporada.

A diretoria do Grêmio ao longo de mais de uma década, seja por incompetência ou desonestidade acabou atrapalhando Renato e ao clube também. Renato é o principal nome da história do Grêmio, com seus erros e acertos, Renato pegou o Grêmio grande em 83 e elevou ao patamar de clube gigante. Renato é a grife e a cara do Grêmio, políticos não são idolos, Renato é idolo, como jogador e treinador.