A vingança das máscaras nos Estados Unidos
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A vingança das máscaras nos Estados Unidos

No última dia 13 de maio, com toda pompa, circunstância e com um baita sorriso no rosto, o presidente americano, Joe Biden, anunciava que os vacinados não precisavam mais usar máscaras em praticamente todos os locais do país. Foi um discurso ...

Eduardo Barão08/12/2021
2 min
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No última dia 13 de maio, com toda pompa, circunstância e com um baita sorriso no rosto, o presidente americano, Joe Biden, anunciava que os vacinados não precisavam mais usar máscaras em praticamente todos os locais do país. Foi um discurso carregado de simbolismos, ao lado da vice, Kamala Harris, nos jardins da Casa Branca. Os dois, imunizados, lado a lado, caminhavam tranqulilamente pela primeira vez sem a proteção nos rostos. O anúncio siginificava quase uma carta de alforria para a nação que mais viu mortos por coronavírus na pandemia. "O pior tinha passado".

Biden sorriu antes da hora
Biden sorriu antes da hora

Alguns pesquisadores ficaram indignados, alertando que a decisão de "liberar geral" era prematura. Apesar de ter vacinas sobrando, os números de doses aplicadas ainda não eram altos.  Mas esses cientistas foram ignorados por especialistas em saúde do Governo americano que bateram no peito dizendo que o anúncio iria incentivar os não vacinados a tomarem as doses.

A relação de mais ódio do que amor com as máscaras ficou escancarada durante a pandemia. Em diferentes países, pessoas se recusavam a usar o instrumento sem qualquer motivo racional. Mas a maioria se acostumou, afinal a proteção poderia salvar a própria vida e daquele que você ama.

Amada ou odiada, ela segue fundamental
Amada ou odiada, ela segue fundamental

Depois do anúncio do governo americano, ninguém saiu às ruas para botar fogo nas máscaras como ativistas fizeram com os sutiãs no final da década de 60 na luta por liberdade no país. Mas é inegável que não ser mais necessário usar a proteção é algo libertador, até mais de um plano psicológico do que físico. E lá foram as máscaras de cores, tamanhos e modelos diferentes parar no fundo do armário. Só sairiam de lá para uma eventual viagem de avião, metrô, trem ou onde algum exigente proprietário obrigasse a utilização do instrumento. Elas que salvaram tanta gente viraram aquele brinquedo velho do filme Toy Story, quando o personagem principal, Andy, fica mais velho e passa a ignorar quem tanto o divertia.

Com a vacinação em massa, os casos e mortes passaram a despencar nos Estados Unidos. O plano da equipe de Biden parecia bem sucedido com a economia crescendo rapidamente após aportes bilionários dados pelo próprio Governo. O pior parecia de fato ter passado.

Mas olhando com atenção as linhas míudas dos mapas de vacinação, o número de imunizados não chegava(e ainda não chegou) a 70 por cento da população americana. A situação que parecia sob controle se mostrava caótica em estados de maioria republicana onde o número de vacinados era, e ainda é, muito baixo. E apesar de todos os estímulos, alguns até de loterias com prêmios de milhões de dólares, muitos se recusavam a receber as doses.

Não sei se o governo Biden lá atrás contava com essa parte significativa da população americana quando liberou geral. Não sei também se contava com a possibiliade de uma mutação do vírus que gerou essa destruidora variante Delta. O fato é que, em especial nesses locais de baixo índice vacinal, os números de casos e mortes por coronavírus voltaram a crescer. Hospitais de estados como o Texas estão lotados de pacientes contaminados.

Aqueles pesquisadores que foram ignorados lá atrás hoje dizem que era papel sim das autoridades em saúde fazer essa previsão. E não contar com a boa vontade de toda a população, num país dividido politicamente e "mascaramente", e com a boa vontade do vírus em não produzir novas cepas devastadoras.

Agora, mesmo para os imunizados, é hora de procurar aquela companheira que foi abandonada e até amaldiçoada lá no fundo do armário. - Perdão, máscara!

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