Assim que o Major-General Chris Donahue embarcou no último avião que levava os americanos do Afeganistão, os soldados do Talibã comemoraram a vitória com uma rajadas de fuzil. Após duas décadas de ocupação, os militares dos Estados Unidos par...
Assim que o Major-General Chris Donahue embarcou no último avião que levava os americanos do Afeganistão, os soldados do Talibã comemoraram a vitória com uma rajadas de fuzil. Após duas décadas de ocupação, os militares dos Estados Unidos partiram de Cabul, deixando um legado de incerteza para os que ficaram no País e um arsenal de bandeja para os extremistas. | ||
Organizações que monitoram esses equipamentos apontam que ficaram para trás mais de 500 mil armas, 72 mil veículos, entre eles blindados, além de helicópteros militares e aviões. O Pentágono garante que chegou a inutilizar parte desse material, mas os soldados do Talibã foram vistos dando um passeio com um helicóptero Blackhawk no céu de Cabul. Como dizem na minha Terra, deixaram o ouro para o bandido.43 | ||
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O presidente Joe Biden está apanhando dia e noite em editorias nos jornais e da oposição republicana aqui nos Estados Unidos. Mesmo que o acordo de saída tenha sido fechado com os Talibãs na gestão de Donald Trump, está no colo do democrata o caos da retirada, as mortes de 13 militares num atentado ao lado do aeroporto e o presentinho bélico abandonado. A aprovação popular de Biden nunca esteve tão baixa desde janeiro quando assumiu a Casa Branca. | ||
Os americanos, que detestam perder até par ou ímpar, sabem que saíram derrotados da mais longa Guerra que travaram na história. Sim, Osama bin Laden, o líder da Al-Qaeda, grupo que atacou os Estados Unidos no 11 de setembro, foi morto. Mas não adianta acabar com um bando se outros terroristas continuam, e fortes. Basta ver o atentado que matou quase duzentas pessoas ao lado do aeroporto de Cabul na semana passada praticado pelo Estado Islâmico. | ||
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Numa comparação tosca, é acabar combater o Primeiro Comando da Capital(PCC), mas ver o Comando Vermelho, Amigos dos amigos e outras facções criminosas crescerem. Sem falar nos bilhões e bilhões que foram gastos ao longo de duas décadas para praticamente não ter nenhum resultado claro. | ||
Alguém realmente acha que depois de 20 anos de ocupação não há risco de novos atentados? Daqueles em que um fanático acha que pode acabar com a vida de outro ser humano por qualquer motivo imbecil que colocou na sua débil cabeça? Essa Guerra da incerteza, do medo, do terror não chegou ao fim. E não acabou também a Guerra diária da população afegã que segue na luta para sobreviver entre fanáticos extremistas do Talibã e terroristas do Estado Islâmico. |