Eu odeio o quanto um "compilado de poemas" soa automasturbatório, é como se o autor fosse mais importante que a obra nesse sentido, e não há maldição maior para um escritor do que o ego.
Eu odeio o quanto um "compilado de poemas" soa automasturbatório, é como se o autor fosse mais importante que a obra nesse sentido, e não há maldição maior para um escritor do que o ego. |
Maldição a habilidade de escrever depende de não se importar tanto com a autoimagem, no sentido mesquinho da coisa, mas desde quando as pessoas liam, e agora até que não leem mais, existe um certo charme em escrever, uma superestimação. |
E quando a soberba sobe, a qualidade desce, mas quando a qualidade aumenta, tudo acontece para que seu orgulho cresça. |
Mas o escritor também pode ressignificar uma mesquinharia. Expor ou quanto ele é mesquinho, e usar a inspiração para os sentimentos que ele esconde nas obras. O problema, é que geralmente, isso vem em forma de poemas. E poemas (principalmente os que seguem o formato Bukowski) são mais desabafos, do que qualquer outra coisa. E é muito vergonhoso tirar a vida própria da obra, e colocar no lugar dela, a sua, |
É como se escrever fosse uma necessidade - Romances, contos e novelas: trabalho. Poemas, poesias e monólogos - hobbie, terapia desabafo. |
Mas o portfólio hoje é real, então já que eu escrevi... por que não postar? Voltando para o assunto que poemas são pessoais. |
Eu não tinha a intenção de escrever poemas, mas as vezes eu precisa, e fazia. Eu postava no shorts, porque o shorts não notificava, (tinha algo de fantasmagórico nisso) MAS 3u |nfr|ng| uma)) r&gr/-\ do $|te... O shortinhos tem um limite de palavras, e não sei como, eu consegui colocar mais que isso. Com o risco de ser derrubado vou colocar tudo aqui... no longo,... |
Quando eu estava com uma criatividade pessoal protegida por motivos pessoais, escrever esse poemas lotados de idade me ajudavam a desbloquear. É importante dizer que embora mais pessoais e menos profissionais que meus contos, eles ainda são ficção... existe uma partezinha deles de vida própria (ou mentira). Usei de exageros e eufemismos sabiamente. Até porque todos somos isso inconscientemente com nossas histórias próprias. Sempre lembramo-nos delas sendo mais felizes ou tristes, traumáticas ou suaves; sabendo que, provavelmente, elas não foram nem geladas ou escaldantes... a, morna. |
Ainda sim reitero que é terapia, e não funciona. Escritores muito bons fazem poemas melhores que o meu, porque para eles é trabalho... Então não significa que poemas são inferiores, mas que os meus são |
"O dia que eu publicar um livro de poemas, significa que eu desisti de ser escritor" - Talvez eu me arrependa um dia de ter dito isso, mas hoje, setembro de 2022, não. |
André, bb querido, eu sei que você está lendo isso. Por favor, salve meus textos desse site, porque se um dia essa plataforma sumir, some parte da minha história. |
é quase dia e tem gente acordando |
Exausto com a vida |
Viciado em neuroestimulante |
Peso perdido |
E eu nem tenho vinte anos |
Num dia de acordo cheio de vontade |
No outro com vontade de morrer |
Compensa a falta de vontade com disciplina |
Algumas palavras são riscadas com muito esforço |
No fim das contas, até consigo. |
Mas continuo viciado em neuroestimulante |
Perdendo calças novas |
E abaixo dos vinte anos |
Mas eu tenho disciplina |
Exausto eu me sento |
Peço uma baguete maior do que sou capaz de comer |
Como mais do que sou capaz de comer |
Não passo mal |
Sorriso |
O tempo parece tão devagar que quase para |
Justo quando eu não estou com pressa |
Ele passa devagar. |
Parece o normal |
Mas o normal parece paradoxal. |
jaquetas de couro são o demônio |
Eu me levanto da cama |
9 horas da manhã |
Sem entender como os meus pais me protegem na casa de uma estranha |
Eu não tinha brigado |
Ou mentido |
E confesso que às vezes eu gosto de brigar, contestar e mentir |
É uma forma de desafiar o controle |
Ela dorme ainda |
Presume por surpresas surpresas |
Dessa noite (ou da passada) (não me lembro) |
Que seu sono é leve |
Levanto-me da coberta quente, andando só no sapatinho. |
Como um cartum de pantufas. |
Mas antes de pegar um copo d'água da filtragem (o que eu odeio) |
Eu olho para ela |
Me sinto sortudo |
Mas também confuso |
Sortudo |
Mas acima de tudo controlado |
E eu sempre lutei contra o controle |
Ela era miraculosa, anormalmente gostosa |
Uma ofensa a todas as outras mulheres do mundo |
Ela era alta, e grande, e poderosa |
1,72m |
Um cm a menos que eu |
Embora seu poder faça a parecer mais alta |
90 e tantos quilos |
talvez 89 |
Cabelos longos, cintura fina e coxas enormes |
Em dia de academia, uma coxa sua era maior que meu corpo todo. |
Eu me estimar e melhor contar como uma mulher tão grande e melhor |
Talvez não tenha. |
Eu lembro que me humilhei por conta dela |
3 anos antes do ocorrido. |
Desisti, com e arrumando uma namorada aparência ela |
Eu a odiava por isso |
Pela humilhação e pelo controle |
Mas não o bastante para desistir |
Seu quarto é um iceberg |
Um buraco da minhoca |
Há armários escondidos nas gavetas, armários e mesas de cabeceira |
Ex |
Vítimas, como eu. Poder ser |
Cartas, molduras, fotos, presentes e artesanatos |
Todos tratados como iguais |
Amores incondicionais soterrados em uma gaveta empoeirada |
Começo a me pensar se serei uma vítima próxima |
Vou embora fundos pelos |
Acabo esquecendo uma jaqueta |
Minha jaqueta favorita |
Eu não a bloqueio |
Mas a oculto e deleto de todas as redes sociais |
Às vezes me questiono se ela ainda me espia |
Enquanto espiono ela |
Nunca mais a ligo, nem mando mensagem |
Esperando para ela ligar |
Ignorar |
E sair por cima, vitorioso |
Seria um jogo arriscado |
Arriscado dela de me instigar dando a iniciativa |
E arriscado de mim ignorar |
Mas assim como eu, ela nunca mais liga |
E eu me lembro de quem está no controle |
E não sou eu |
3 anos depois |
Eu mando linda |
Me sinto aliviado por ela não responder |
Mas o que está acontecendo abruptamente |
Quando eu me lembro da jaqueta |
Ela tinha ganhado |
Ela tinha um troféu. |
se seu filho é por uma abelha, o que você picado faz? |
Eu me lembro bem de um dia específico da minha infância |
Um dia que me moldou para sempre |
Que criou um padrão em mim |
Eu fui picado por uma abelha no rosto |
Eu era criança e só chorar |
Aquela coisa pulsando como um cérebro fora do crânio |
Soltando pus como um alternativo em erupção |
Mas amarelado como porra rala. |
Estava tão grande quanto uma caxumba. Se não fosse do Brasil eu conseguiria maconha medicinal |
Então eu gritei pelo meu pai |
Chorando que nem um alarme de fábrica, imerso em uma poça de ranho e gaguejando |
Eu pedi... pedi não. Eu implorei por ajuda |
Eu só tinha dez anos |
E ele reuniu toda a sua coragem e masculinidade |
Me olhou com cara de bravura. Meu Deus saindo da máquina |
“Quem fez isso com você, meu filho?” |
“Uma abelha, papai! Uma abelha!” |
E apontei para algum lugar aleatório do céu |
CADÊ ESSA FILHA DA PUTA?? |
EU VOU MATA-LA! |
NINGUÉM MEXE COM O MEU MENINO! |
E assim ele o fez. Sumiu por alguns segundos para o seu quarto |
E duas voltas de calças de moletom |
Um óculos de solda |
Um desodorante e um isqueiro bic amarelo. |
Eu só queria ser curado, ajudado, protegido |
Queria ser acariciado e acalentado no ninho. |
Não, eu não queria proteção. |
Não tinha como me proteger agora, eu já tinha sido ferido |
Eu queria amparo. |
E meu pai tinha determinado em carbonizar a abelha que me machucado |
Ele cuspiu fogo para todos os lados |
E eu fiquei sentado no sofá. Vazando pus e pulsando, que nem um pau virgem de 40 anos. |
Prestes a dar a primeira foda. |
Eu continuo pulsando |
E meu pai matou abelha |
Isso me moldou |
Moldou meu caráter |
Minha personalidade |
Meu gosto para super heróis |
Meus heróis eram Demolidor |
Justiceiro |
Adão Negro |
Rorschach |
Em Death Note eu torci para o Light. |
Durante a pré e a idade média eu fui de direita |
Queria armas |
Matar bandidos |
Ver o Bolsonaro como “menos pior”. |
Isso também estava relacionado com minha criação superprotetora |
E a minha maestria na arte de mentir |
Quando minha melhor amiga foi abusada |
Eu fiz disso um espetáculo. Denunciei e colocou o filho da puta na cadeia |
Pelo menos por umas duas semanas |
Mas prestar depoimento e revelar ao público o que ele fez contra a vontade dela. |
“Eu tenho direito ao anonimato...” |
“E a gente vai deixar esse tipo de coisa impune?” |
Era melhor proteger, evitar e punir que dar amparo |
Quando minha primeira noiva me traiu |
Eu espancai o cara |
Um pobre coitado vindo de fora que nem sabia seu nome |
Quase cogitei bater |
E eu casei |
Mas nunca mais deitamos na mesma cama |
Quando meu filho sofreu bullying pela primeira vez eu senti tanto |
Me gelou a espinha |
Eu vivi passando por isso |
E tinha medo de como seria quando chegasse a sua vez |
O inscrevi em uma série de artes marciais |
Ensinei-o a revidar. |
E todas as melhores respostas para as melhores tiradas |
Eu fiz um livro disso e dei para ele |
Ele se torna uma pessoa mais inteligente que eu |
E mais agressiva que meu pai |
Constantemente em briga de trânsito |
Briga de fachada em bar |
Constantemente agressivo |
Constantemente bêbado |
Hoje reconheço |
Fiz dez anos de terapia e ainda faço |
Mudei um pouco de lado no meu posicionamento político. |
Mas o pior disso? |
É que eu ainda não mudei |
Eu ainda busco mais punição do que proteção |
Eu ainda acho mais valoroso punir o estuprador do que prestar cuidados à vítima. |
Eu ainda passo pano para o Light |
Eu ainda tenho armas |
Ainda idolatro ou Rorschach. Penso diferente do autor. |
Eu queria que meu pai tivesse me levado ao pronto socorro |
Em vez de botar fogo na abelha |
Anos atrás. |
Tudo bem |
Eu digo "Oi!" |
Você diz "Oi." |
Eu digo "Tudo bem?" |
Você diz "Tudo, e você? |
Eu digo "Tudo bem" |
Muito esforço eu digo alguma coisa com muito esforço |
Você ri |
Eu rio de volta |
Silêncio predomina. |
Eu me lembro da ultima vez que te beijei |
E aquela vez em que eu quase te beijei |
E vez que você me quis eu não percebia |
Acabo me martirizando, me odiando e me culpando por esse dia. |
Eu vou lembrar desse dia pra vida hoje... |
(Quase toda, até meu cérebro hipofuncionante e, viciado eu neuroestimulante dar defeito) |
Eu não olho pra você |
Você não olha pra mim. |
Cada um segue seu caminho |
Dias depois eu te mando uma mensagem |
"Oi." |
"Oi." |
Tudo bem?" |
"Tudo bem." |
essa sorveteria tem duzentos sabores de sorvetes diferentes |
Não acompanho notícia |
Não acompanha política |
Acompanhei |
Mas não acompanha mais |
As pessoas me dizem "você ficou sabendo" |
E eu digo: "Nãããoooo!" Com espanto |
Realmente |
Não sabia |
Mas não me espanto |
Não estou nem ai |
As pessoas sempre têm informações sobre tudo |
E eu me cansei de ter opiniões |
Não vejo valor nas estimativas |
Eu vejo valor nos fatos, nos dados |
Mas mesmo assim |
Não os acompanho |
Não acompanha política |
E nem geopolítica |
Como sempre fiz |
Eu até me inscrevi em um portal de resumo diário |
Ele resume todas as notícias de todos os portais |
Todos os dias |
Em mais ou menos 15 laudas |
Lá eu vejo a mais recente merda que o presidente falou |
Motoristas bêbados |
O bitcoin descendo e subindo como uma montanha russa |
E o horóscopo |
E hoje eu sempre respondo com |
"Nãão brinca!" |
Não acompanha esporte |
Não acompanha música |
Nem os famosos e suas futilidades e traições |
Que são que nem a política |
Me esforço pra saber o básico de cinema |
E com isso, leia-se assistir os vídeos de Isabella Boscov durante o almoço |
E torcer pra alguém falar de esses novos filmes |
Na mesa de bar |
Fingi que assiste |
Ei reproduzir o que eu ouvi |
Da boca da Isabella Boscov |
Mas estou sinalizando virtude com a minha ignorância |
Não foi uma escolha estratégica |
Eu só estou de saco cheio mesmo |
Não acompanho mais porra nenhuma. |
"Eita... falando sério?" |
"Não brinca!" |
olhos |
Não consigo abrir os olhos |
Bom.. não todo. |
As pessoas não percebem que não podem abrir os olhos |
Talvez eu finja muito bem |
Mas eu nem mais tento... |
Não estou cego, nem sonhando, nem nada assim |
Meus olhos estão abertos |
ENTRE aberto. |
Entre 70 e 80 porcento, vai... |
Suspeito de que seja o cabelo (que por sinal, passou da validade) |
Então puxo meu cabelo |
Tiro da testa |
E ainda não consigo abrir os olhos. |
“Talvez seja o sono...” |
Penso. |
Mas não consigo e nem quero dormir |
Na real faz um bom tempo que não durmo. |
Suspeito até mesmo da clareza |
O sol não estava quente, nem amarelado |
Aqui está marcando “Parcialmente” marcando |
E eu tenho sensibilidade |
Então abaixo a cabeça em direção ao chão |
E ainda não consigo abrir os olhos |
Nem fechar. |
Testo mais hipóteses do que poderia me lembrar |
E pareço um esquisitão na rua. |
Não importa o que eu faça, ainda não consigo abrir os olhos |
Talvez eu só não queira enxergar |
Não tudo. |
Lista de afazeres |
Durante a manhã |
Enquanto não estou fazendo algo que deveria estar fazendo (trabalhando) |
Começo a fazer uma lista de afazeres |
Linda e freneticamente digitalizada |
Uma lista com quatro itens |
Então a tarde, depois do expediente, tomo coragem |
e começo a por em prática um dos itens |
Enquanto tento fazer essa coisa, me distraio |
Me lembro de mais quatro itens |
Para hoje, amanhã e sábado. |
Adicionando mais quatro itens à minha lista de afazeres |
E volto para a primeira atividade da lista. |
Mas aí um instinto me consome |
Tesão |
Cintilante e incoveniente como o sol das duas da tarde |
provavelmente chamado por algum mínimo |
Talvez eu só tenha lido as palavras “peitos” e “quente” em um livro |
Ou passado por uma cena de sexo desnecessariamente longa em uma série. |
Preciso de uma punheta |
Rápida, sem muita firula, e sem pornografia |
Vou só descarregar o leite acumulado, e voltar para o fazer anterior |
Com menos testosterona e menos fibra |
Mas sem os pensamentos instintivos |
Penso sobre como a masturbação é patética |
E penso que em vez disso, Deveria começar a me pensar com isso |
Eu olho o catálogo virtual de moças que moram perto |
Deveria analisar a mais semelhante comigo de estilo |
E não a mais gostosa, ou que parecesse “mais fácil” |
Encontro uma menina legal. Mas aí eu penso... |
Veja, seria no mínimo, duas semanas de foco e dedicação, dinheiro com gasolina |
Pra talveeeezzz pegar num peitinho |
Não parece uma má ideia investir esse tempo. Considero, mas não agora, outro dia talvez, (não bato um print e nem salvo o perfil dela). Agora eu preciso de teste rápido |
Enquanto começo me sinto o ser humano mais abençoado do mundo |
E quando terminar me sinto um resto de aborto que Olavo de Carvalho jurava que tinha na Pepsi. |
Tomo banho por me sentir imundo como Olavo de Carvalho. |
Lembrar de mais DOIS ITENS. Mais geniais e importantes que os oito anteriores. |
Me pergunte como não me lembrei antes, e adiciono deles mais um ítem. |
Me vem uma vontade de comer uma porcaria. E isso nem estava na lista, mas se só, ficaria antes de “escovar os dentes” e depois de “comprar suco de cajú” |
Sinto que deveria comer algo saudável, mas mesmo assim, ignorar. |
Passo um bom tempo nas redes sociais. Devaneando sozinho no twitter, olhando a vida falsa e exibicionista dos outros no instagram. Enquanto eu mesmo, tente sinalizar sucesso e virtude. |
Discutindo com alguém no facebook |
Ou dando risada com um vídeo no youtube, que nem é tão engraçado assim. |
Me corrijo agressivamente |
Um dos itens da lista era “low profile” e drasticamente se tornaria as horas em redes sociais. |
Então volto para o meu afazer. |
Merda! |
... |
A internet cai, e junto com ela, o filme que eu estava assistindo. |
Coloco mais um item na lista |
“conversar com a merda da provedora” |
A palavra “merda” circulada por um monte de parênteses |
> conversar com a ((((merda))) da provedora. |
Tipo assim, sabe? |
Parênteses me lembra parente. |
Lembrar que preciso visitar os meus avós |
Mas não coloco na lista, já está muito cheia. |
Reinício o modem para continuar o filme |
Quando vejo pelo telefone que a internet volta... |
Meu gato me atrapalha |
E eu não resisto ao amor dos animais. |
Ele fica sentado no meu colo |
Mas com um porém |
Eu estava com ele no chão da cozinha |
E a tv não estava no quarto. |
De resto vocês já sabem... foi assim em diante. |
A cada hora, mais problemas (ou desculpas) |
E com elas, mais ideias de itens para a minha lista de afazeres. |
O dia acaba |
E a única coisa que eu fiz |
Foi a lista de afazeres. |
espirais |
“Eu não discuto com gente ignorante!” |
Ela disse aos berros, contra uma pessoa que berrava a mesma coisa. |
“A vida é muito curta para chorar pela ex” |
Disse ele, chorando outra vez pela ex. |
Eu perdi minha liberdade criativa |
Disse ele, preso à própria ideia de estimular uma criatividade |
“Eu sou um cara legal” |
Dalai Lama, Jesus Cristo, ou qualquer outro personagem “legal” jamais disse algo assim. |
Eu nunca... jamais fiz... |
Tá fazendo agora. |
Eu sou diferente, único! por conta disso, disso e disso! |
Perdi as contas de quantos falaram isso |
Às vezes os mesmos ' issos' |
muitas vezes eu. |
“Eu sou obcecado em espirais!” Um estranho me disse |
“Ora” eu completo |
“ A espiral já é a própria obsessão! |
dança |
É uma dança |
É a nossa dança |
Eu ainda me lembro de quando você abandonou a pista pela primeira vez |
E pela segunda... |
A gente era desengonçado |
E alguns acham o desengonço bonito |
Incluindo eu |
Achava que assim como uma criança dócil e sensível |
Cuida de um passarinho com asas quebradas |
(Um filme gravado) |
Eu poderia ser os seus passos na pista de dança |
E tentando através do reflexo |
Do globo espelhado |
Cavoucar todas as versões de você que você escondia do mundo |
Mas esse não é meu papel |
Nunca foi |
Eu dava dois passos para a frente |
E você dois passos para trás |
E quando você ousava dar um passo à frente |
Eu me apavorava |
E dava dez |
E você dava dez pra trás |
Um passo para frente, dois para trás |
Dois passos para frente, três para trás |
E assim por diante |
Eu dava dois para frente |
E você dois para trás |
A verdade |
É que uma dança |
Só pode existir |
Veja a passada para igual. |
O QUE DIABOS HÁ DE ERRADO COMIGO? |
Esse foi o grito de um privilegiado em desprivilégio |
O que há de errado comigo, se tudo é perfeito? - Pensou deitado na sua jacuzi - Seria uma forma de ingratidão sentir-se desafortunado mesmo sem uma biografia melancólica, ou só reflexo do Meu Deus Narciso por saber que carregou comigo uma percepção externa tão precisa do mundo? |
Talvez imprecisa |
Todo mundo acha que a sua percepção é precisa |
Mas ele tinha certeza, pois nasceu e cresceu como observador. Agia menos que calculava, e quando agia, agia sem calcular. |
Sorte e herança. |
Se as estradas bipartidas que trilho na vida me levaram, caminhos que dentro do meu íntimo tem uma solitária e só crescente ativando por autoimposição? |
Não importa em quantos galhos a árvore se divida, os ramos sempre acabam em folhas verdes. |
Seus recursos não têm muitas questões sobre o tempo pensado para pensar, muitas abordam questões sobre sua vida estudando questões mundanas após o dia, sem nenhum descanso pra se questionar como grandessíssimas da vida, e não se sentem privilegiados por isso. |
O homem, sentindo-se menos privilegiado que seus funcionários estão exercendo funções de lacaio exercendo |
Sentindo-se mal por isso, pois no fundo ele tinha consciência social |
Mas ele sabia que o dinheiro podia ser uma maldição, por trazer consigo mesmo o tédio. |
Talvez sobreviver seja melhor que tentar viver |
Ele liga o som no mais alto possível. |
A música: Santé, do Stromae. |
“ À ceux qui n'en ont pas ” |
essa cidade está cheia de... |
Não respeitam meu sotaque |
Tenha seu próprio dialeto |
(neutro!) |
Sentem-se roubados |
Ameaçados |
Como se eu roubando seu próprio espaço |
Espaço determinado por quem? |
Pelo governo ... D emarcado? |
Uma linha imaginária que não faz sentido nem na metafísica. |
Eles são usura |
Sentem seu espaço sendo tomado |
Enquanto eu tento procurar o meu no mundo |
Em qualquer lugar que não conheça o meu |
Vejo os indo e vindo a lazer |
Enquanto você trabalha |
Exibindo felicidade no lugar de onde eu vim |
Como se o sol fosse um máximo |
Indo e cobiçando o lugar que dizem para eu voltar |
“volta para o lugar de onde você veio!” |
Máquinas fundidas e infelizes |
Carimbando e clicando das oito ás seis |
O que a diferença de mim é um ar condicionado |
Fala sério... seu lugar não é um máximo! |
Não quero roubar seu espaço |
Vinte mil habitantes você não se sentiria espaçoso nem se tivesse dez metros! |
Separe-se, achando que vai meu estado... |
Meu estado marginalizado, que se ferra pelo desamparo |
D o governo demarcado |
Mas também se ferra pela interferência do estado |
É de lá que vem o trabalho |
É de lá que vem o turismo |
É de lá quem a tapioca |
O bregafunk que também fala de piroca |
Parem de nos copiar primeiro |
E depois eu penso se posso estar tomando o seu lugar. |
nazar tumi |
A mercê da sorte, dessa vez. |
Preciso da sorte, só mais essa vez. |
Precido de você, só mais essa vez. |
Vivo constantemente na corda bamba |
Às vezes cambaleio, às vezes me esqueço |
Às vezes me permito. Até que a corda bambi. |
Quando desfruto do conforto é um risco. Mesmo quando sigo o princípio da dádiva do presente |
Faça o contrário da preocupação |
Parece um risco imprudente |
Uma escolha de relaxar em meio ao caos de não olhar para as costas. Abrir uma lata enquanto tudo explodir. |
É necessário quando não há nada a fazer. |
Mas a corda bambeiou outra vez. |
Estou sob risco de queda. |
Relaxei demais... talvez uma pressão aumentou. |
Mas agora não há nada a fazer. |
Há o que não-mais-fazer. |
Mas nada a fazer. |
Preciso da sorte só mas essa vez. |
Só mais uma vez. |
“Eu tô meio desligado hoje” Disse o poeta, com uma arma sob sua cabeça, um famoso calibre 08:55 AM. Uma arma potente que atira em Tic Tac; uma vez que... talvez não exista? Afinal, quem disse ser uma corrida? Se perguntava, mesmo sabendo a resposta |
Ele tinha mais dúvida se aquela arma era social ou pessoal. De onde vinha a cobrança? Isso importa? Seus discursos bucólicos que dava para outras pessoas como “Nunca é cedo ou tarde demais” “Temos nosso próprio tempo” duplipensavam com seus outros “A vida é um sopro” “Todos podemos morrer amanhã”. Além de aspirante à tudo, e profissional em nada, ele se sente um grande hipócrita. |
A cada sopro da vida ele ficou mais agarrado, escrever era seu ponto de descanso “Justo ele que não faz nada, tão cansado?” |
Pensava nessa frase sobre aspas, mas sem saber quem foi que disse. |
Resfriado, dopado, mas o bastante ele nunca escarrava suas palavras em uma folha, seca as vírgulas numa camisa velha embolada em cima do sofá. Uma criação vai vir ao acordar com ela na testa. Nojo do seu eu mais genuíno. |
Para quem estava desligado, sua mente era um grande turbilhão de ideias boas. |
é um ponto brilhante no escuro |
É o sol da madrugada, tão simples como abstrato, não diz nada sobre nada, ainda assim, fascinante. Seja cheia, seja minguada. |
É simpatizar com o desconhecido, ou com o que achamos que sabemos. Mas nem tudo tem significado, a sensibilidade é o ponto marcado |
Talvez seja melhor assim... |
É a inquietação do silêncio, o recheio do vazio, é o universo te receitando meditação. |
Nem tudo tem resposta, é no silêncio e no belo, que se encontra a perdição. |
Eles não sabem de nada! E a gente também não... |
... |
.... |
..... |
VOCÊS TAMBÉM ACHARAM ISSO RIDÍCULO? |
Não deixo de pensar em como ela é uma coitada. Como ela não fala, nem para se manifestar que não fala. |
Como alternativas vazias, que não gostam de ser só por ser, são defendidas em estética, atribuindo diferentes astros em todos os significados mundanos a um ponto de fuga, só por parecer descolado. |
Culpa deles? Não... O que eu estou fazendo aqui é exatamente o que eles fazem, me contradizendo outra vez, negando ser eles, repetindo suas atitudes. Falar sobre o vazio e sobre a falta de significado (ou nosso acesso a ela) não é um jeito de ficar atribuindo significado? |
Eu também sou cobrado |
A questão é que falta de sentido daqui, eles contestaram lá. E convenhamos que embora não falte informação, ainda falta argumentos convincentes aqui... |
Simpatizar com o desconhecido ou com o que achamos que sabemos? Ou um ou outro... |
Aqui é tão cheio... eu quero me esvaziar. Eu quero meditar. Um ponto branco pode um vazio, olhar para o vazio que faz dos lixos que me atende ser na gente todos os dias. Querendo ou não, olhar para o vazio me enche. |
a água e a pedra |
Água mole em pedra dura |
Tanto bate até que fura |
Água chata |
Pedra furada |
Maculada |
Impura e estressada |
Água chata dura, ondulada serpenteante |
“Ondumlado onduoutro” |
Pedra mole catatônica e estática. |
A pedra tá quietinha no canto dela |
Porque a água tem que vir e encher a porra do saco? |
Água chata |
Pedra furada, maculada |
Alvejada, peneirada |
São tantos adjetivos para palavras que indicam um pedaço faltando |
Poucos nomes para como preencher esses buracos |
Ainda bem... |
Se muitos, todos são uma mentira. |
Dizem muito sobre a pedra furada, mas nunca dizem sobre o queijo suíço... |
O jeito que a água se move num riacho é como meus laços de estresse escorrem pela minha íris. |
Estou sempre em movimento, como a água... nem sempre ondulando tão rápido quanto a lua exige na maré |
Mas estou sempre apanhando e sendo furado, como a pedra. |
Mas por quem? |
Pela água e pela lua. |
Afinal, qual dos dois eu sou? |
Sempre agitado, mas “não tão rápido!” |
quem sou eu? |
vezes na calada da noite, da madrugada, ou até aquele meio tempo de silêncio que meio dia e as duas da tarde, (sabe?) me transporto para perto de você. Mas não existe nada de empoderamento, não é um sinal de independência disso, e sim de vícios inexoráveis, tão imaculado que nos deixamos. |
Todos que dizem sobre a minha condição aparentemente debochar, (não diretamente, mas não só o fato de dizerem que é tão importante assim, é um verso quase capaz de me matar). Quando você pensa que está livre de mim, o mercado negro aparece com uma prateleira nova de desejos. |
O que no entanto me torna mais perigoso é o fato de eu ser gratuito, infinito, tão infinito ao ponto que ninguém mais saiba se a oferta é maior que a demanda. |
eu não te sua talvez sua rede elétrica, mas a felicidade com sua vai vender. Tudo isso por causa de um sistema de recompensas idiota que te ofereço; e você acata, volta pra mim e chora. Às vezes chora voltando, antes de acabar |
Como disse. É justamente o fato de eu não destruir no dia seguinte que te faço perder sua sanidade, gradual e sempre, como a democracia morta ou a liberdade fatiada. |
Foi o que ela me disse, noite passada. Eu esculto que suas palavras são as mesmas que me alertam tanto quanto e são menos ignorantes. |
Terry, Billie, Ozzy, Kim e Robert abriram meus olhos quanto a isso, muitos dizem que até mesmo a substância dessa droga é prejudicial a si mesma,... e eu confirmo, levou muita gente na casa dos quatro-ponto-zero. |
Então se eu te digo ''Apenas pare'', apenas me ouça. |