O grupo B chegava com um aspecto bem interessante para essa semana, com a Inglaterra tendo destruído o Irã (não só no futebol, como é bom lembrar), e o empate entre EUA e Gales, parecia claro que a Inglaterra iria passar aqui com 9 pontos e t...
O grupo B chegava com um aspecto bem interessante para essa semana, com a Inglaterra tendo destruído o Irã (não só no futebol, como é bom lembrar), e o empate entre EUA e Gales, parecia claro que a Inglaterra iria passar aqui com 9 pontos e tanto Gales quanto EUA iam brigar no saldo pela vaga (quem perdia de menos para a Inglaterra e ganhava por mais do Irã), mas não foi bem isso que aconteceu. | ||
Após o empate contra Gales, que deve ter sido um soco no estômago após ter liderado por quase toda a partida, EUA chegava para essa partida tentando colocar a cabeça no lugar para enfrentar uma Inglaterra que parecia bem lubrificada e embalada, já Gales, impulsionado pelo empate, tendia a vir com tudo para cima do Irã, para começar a criar todo o saldo possível para a partida. | ||
Gales x Irã - Água mole... | ||
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Após a primeira rodada, criou-se um clima de já ganhou para Gales, com a seleção sendo naturalmente melhor com os bons jogadores que tem e o completo massacre que o Irã sofreu durante a primeira rodada. | ||
Com isso em mente, Gales não veio muito modificado, mantendo o esquema de 5-3-2, mas, ao invés de James, que foi usado no primeiro jogo por ser mais veloz em uma partida em que Gales não teria a bola, mas contra o Irã, foi selecionado Moore, uma atacante mais de área especializado em jogo aéreo, ganhando fisicamente ao invés de velocidade. | ||
Já o Irã vem bem diferente para essa partida, começando pelo goleiro, H.Hosseini, que assumiu a titularidade após a concussão de Beiranvand no primeiro jogo. Na lateral direita Moharrami foi preterido por Rezaeian, que tem grande confiança do técnico Carlos Queiroz, a dupla de zaga principal com Hosseini e Pouraliganji foi mantida, tirando o terceiro zagueiro que jogava com eles para jogar com mais atacantes, na lateral esquerda, Mohammadi é mantido, sendo a principal válvula de escape pela esquerda em velocidade. O meio campo mudou de uma linha de quatro extremamente defensiva contra a Inglaterra, com o intuito inteiramente de se fechar, para uma formação com um volante e dois meio campistas, se tornando mais versátil. Na volância, Ezatolahi servindo como o ponto de equilibrio à frente da zaga, Noorolari é mantido e faz dupla com Hajisafi. No ataque, Taremi é mantido, mas dessa vez pelo lado esquerdo, não mais centralizado, tendo pelo meio Azmoun e na direita Gholizadeh. Essa formação se tornou bem mais versátil do que a usada contra a Inglaterra, embora ainda tenha no contra-ataque suas melhores chances, como a presença de Azmoun e Taremi sugerem. | ||
O começo do jogo se deu como era esperado, Gales controlando a partida, trabalhando bem por fora da entrada da área tentando algumas finalizações de longa distância e, aos 11 minutos, conseguindo sua melhor chances em um cruzamento para dentro da área que Moore consegue mandar para o gol, mas infelizmente em cima do goleiro, que defende. Aos poucos o time do Irã, porém, conseguiu começar a mostrar um domínio surpreendente, chegando a marcar um gol, que foi corretamente anulado, mas os contra-ataques estavam entrando, as bolas paradas causavam perigo e não sofriam como seria esperado. | ||
No segundo tempo, o domínio foi todo iraniano. Aos 5 minutos, em um contra-ataque lindo, Azmoun carimba a trave direita e, na jogada originária do rebote, Gholizadeh carimba a trava oposta. Gales até tenta responder, mas falta inspiração e iluminação para eles. Tudo ficou pior quando, aos 38 minutos, o goleiro galês é expulso após uma entrada criminosa sobre Taremi. Sem capacidade de penetração, o Irã começa a arriscar mais chuntes de longe, que embora levassem perigo, não chegavam a ir ao gol. É então que, após bater, bater e bater, Cheshmi, que entrou no segundo tempo, acha um chute belíssimo, marcando o primeiro gol de fora da área dessa copa e colocando o Irã na frente para êxtase da torcida no estádio. | ||
Gales, no desespero, se lança para o ataque, mas perdendo, sem capacidade criativa e com um a menos, era a receita do desastre. Perderam a bola e em um contra-ataque de 5x3, Rezaeian mata o jogo, sacramentando a vitória com um 2x0. | ||
Gales viu suas esperanças ruírem diante de seus olhos, não só não conseguindo a vitória contra o adversário, em tese, mais fraco do grupo, como sendo derrotado e tendo suas chances de classificação sendo sujeitas a vencer a Inglaterra na última rodada. Já o Irã joga pela vaga contra os EUA, com uma vitória que dá muita moral e um futebol mais vistoso do que todos esperariam deles nesta partida. | ||
Destaques: Ezatolahi (Irã), Azmoun (Irã), Taremi (Irã) | ||
Inglaterra x EUA - Não se vence na véspera. | ||
O segundo jogo de ambas as seleções tinha motivações bem diferentes. Embora vindos de uma goleada por 6x2 contra o Irã, a Inglaterra parecia bem preocupada com sua defesa, que falhara em ambos os gols, já os EUA vinha mais preocupado em sobreviver do que necessariamente em vencer, mas não se pode deixar um tubarão sentir o sangue na água. | ||
Enquanto a Inglaterra repetia exatamente a mesma formação, afinal não há porque mexer em time que se está goleando, já os EUA mantiveram a mesma base, com uma única alteração, trocando Sargent por Wright no comando do ataque, mantendo Weah como um atacante de profundidade no lado direito. | ||
Esperava-se um domínio inglês para essa partida, com uma maior qualidade técnica em todas as posições (só Pulisic seria digno de debate em uma comparação com o elenco estadunidense), mas não foi isso que se viu no campo. O primeiro tempo foi, de fato, muito disputado, com os EUA marcando forte e alto, dificultando a saída de jogo da complicada dupla de zaga inglesa, enquanto isso McKennie e Musah tomavam conta do meio campo, suprimindo as ações de Rice e Bellingham pelo centro de campo inglês, mas as pontas ainda eram opções muito boas, com Saka e Shaw conseguindo criar boas jogadas por ambos os lados. Mas a melhor jogada do primeiro tempo ficou com os EUA, que em uma bola trabalhada por todas as suas principais peças, viu o canhão de Pulisic explodir no travessão. | ||
O segundo tempo foi bem mais morno, sem grandes chances para além de um cruzamento venenoso de Pulisic, mas é importantissímo ressaltar o domínio estadunidense nessa partida, que pareceu estar muito mais próximo de vencer do que seus rivais, principalmente pelo controle da faixa central, em dia excelente com seus meio campistas. Embora tenha uma vantagem clara, a Inglaterra mostrou sinais de fraqueza hoje, sendo pressionada por uma equipe com diversos problemas, já os EUA chega esperançoso para a partida final contra o Irã, tendo que vencer para assegurar a vaga, mas sendo plenamente capaz disso. | ||
Destaques: McKennie (EUA), Tyler Adams (EUA), Luke Shaw (Inglaterra), Pulisic (EUA) | ||