Conflitos entre torcidas não acontecem só no Brasil, onde alegram os coveiros do futebol
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Conflitos entre torcidas não acontecem só no Brasil, onde alegram os coveiros do futebol

Brigas entre torcidas acontecem no mundo inteiro. Não é uma exclusividade de países subdesenvolvidos. Mesmo em nações sem os problemas sociais do Brasil e com população bilíngue os confrontos ocorrem.

Mauro Cezar Pereira06/15/2022
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Brigas entre torcidas acontecem no mundo inteiro. Não é uma exclusividade de países subdesenvolvidos. Mesmo em nações sem os problemas sociais do Brasil e com população bilíngue, como a Holanda, os confrontos ocorrem, a exemplo do que mostra o vídeo acima, gravado em dia de Feyenoord x Ajax, em dezembro do ano passado, em Roterdã.

Antes da pandemia, em maio de 2019, a Lazio conquistou a Copa Itália ao derrotar a Atalanta, mas nem por isso os ultras, como organizados dos times italianos são conhecidos; laziales deixaram de entrar em confronto com a polícia (vídeo abaixo) Policiais do mundo inteiro lidam com esse problema. E o fazem porque é obrigação da polícia contorná-lo, combatê-lo, prevenir. Não é favor algum por parte desses servidores públicos convenhamos.

Império Alviverde, do Coritiba; e Mancha Alviverde, do Palmeiras; se enfrentaram nos arredores do Estádio Couto Pereira, no domingo (veja vídeo abaixo). As duas organizadas contestam o trabalho desenvolvido pelo policiamento do Estado do Paraná.

"Após analisar diversas imagens do ocorrido, fica evidente a falha grotesca da Polícia Militar na escolta da torcida visitante. Simplesmente os ônibus foram trazidos para o portão de entrada da torcida do Coritiba, local onde, mesmo durante o jogo, alguns poucos torcedores (organizados e não) permanecem reunidos. Assim teve início a confusão", destacou a torcida Império Alviverde.

"A PM conseguiu errar o caminho para o estádio por duas vezes atrasando ainda mais a nossa chegada. Os próprios motoristas dos nossos ônibus estranharam o caminho feito, já que estiveram dias atrás trazendo outra torcida de SP para o mesmo estádio e o caminho foi outro", frisou a nota da Mancha, que se desloucou de São Paulo a Curitiba.

Não se trata de entender os torcedores como santos, sabe-se que organizadas têm inimigos, uniões, rivalidades e se enfrentam, brigam. Mas o que explica erros tão crassos de quem deveria oferecer segurança?

Torcedores do Palmeiras no conflito com os do Coritiba - Foto: Reprodução TV
Torcedores do Palmeiras no conflito com os do Coritiba - Foto: Reprodução TV

Paralelamente Coritiba e Atlético decidem adotar a torcida única no duelo entre os dois rivais paranaenses. Medida que há anos vigora em São Paulo nos clássicos. Sem resultado efetivo, com a violência entre os grupos espalhada pela região metropolitana.

Não é de hoje que a festa do futebol sofre por causa de punições que deveriam ser aplicadas sobre quem protagoniza a violência. Mas os CPFs seguem brigando por aí, enquanto os CNPJs das organizadas sofrem penalidades.

Com isso, grupos, colocados em clandestinidade, ou não, seguem se organizando, indo aos jogos, preparando emboscadas para rivais, com ou sem identificação das torcidas. Medidas absolutamente inócuas que iludem parte da opinião pública.

Assim, a curiosa incapacidade demonstradas por especialistas em segurança cria a atmosfera necessária para estenderem a torcida única a mais cidades e Estados. Seriam as autoridades buscando o caminho mais fácil?

E os jogos seguem cada vez menos vibrantes fora de campo, sem bandeiras, faixas, piscas, fumaça, papel picado... Para atacar a violência tiram o sofá da sala, e a festa dos estádios. Só que comemora são os coveiros do futebol.

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