Seja professor! Conheça o país onde ser professor é mais concorrido do que ser médico.
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Seja professor! Conheça o país onde ser professor é mais concorrido do que ser médico.

Tiago Gusmao
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A história da educação na Finlândia começa em 1.800 quando as famílias já viam a necessidade do aprendizado e da leitura. Nessa época apenas pessoas que sabiam ler podiam se casar e os finlandeses, hoje, são extremamente gratos a esse costume.

Desde a independência da Finlândia em 6 de dezembro de 1917, as famílias já acreditavam que a educação era o caminho para um país prosperar. Hoje, o país possui aproximadamente 5 milhões de habitantes, uma extensão territorial não muito grande de 338.440 km², uma expectativa de vida de 80,7 anos e 100% dos maiores de 15 anos sabem ler e escrever.

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Desde 1921 a educação já era um direito de todos na Finlândia, todos tinham o mesmo acesso aos estudos e não havia distinção por qualquer padrão social ou origem. Depois de 40 anos nessa linha de educação básica obrigatória, na década de 60 houve várias intervenções na formação profissional de professores que foram implementadas até a década de 70. Na época a educação de professores passou para as Universidades e o grau de Mestre passou a ser exigido para o exercício da profissão.

Existe ensino privado na Finlândia ?

A resposta é sim. Porém as escolas privadas têm a obrigação de seguir o programa obrigatório básico da rede pública. Babem nesse sistema!

A escola obrigatória tem o foco na faixa etária de 7 a 15 anos. Existe um pré-primário de 6 anos de idade, porém voluntário. Dentro do sistema obrigatório há um regulamento no qual a escola deve ser perto da casa da criança, poupando assim, principalmente gastos com transporte. Muitas crianças vão de bicicleta nos remetendo àquelas cenas de filmes em que amigos vão juntos pedalando para escola. Todos têm direito a refeição fresca e quente, todo material didático é fornecido gratuitamente para os alunos do programa e os alunos têm pouco dever de casa. O foco em casa é a convivência em família.

Seu pai te deixaria ir de bicicleta pra escola?

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Uai?! Ensino público gratuito, de qualidade, provido pelo governo, com material didático, alimentação e perto de casa? Isso existe? Eu estudei em escola pública e particular e não existe vantagem em um sistema que seleciona de forma covarde quem pode e quem não pode ter um ensino de qualidade.

Agora vamos a dados super interessantes em relação ao país em questão.

1.      O governo é descentralizado e cabe ao município tomar as decisões de forma inteligente para gerir os recursos e fazer o melhor para sua comunidade. É assim na educação e na saúde já que cada comunidade tem suas demandas especificas e as decisões são de responsabilidade dos municípios.

2.      A qualidade da educação é a mesma para quem mora na zona rural e na zona urbana.

3.      98% dos estudantes estudam em instituição pública.

Jovens finlandeses, que já passaram pelo processo da educação básica, afirmam que um povo deve “subir junto” e que a boa educação traz padrões de vida superiores. Nesse formato os cidadãos Irlandeses nos mostram outro ponto: se um aluno tem problemas no aprendizado seus professores têm que fazer o melhor e o sistema cuida dos mais fracos. Os alunos podem realizar tarefas de diferentes complexidades dependendo de suas habilidades. Isso é considerado um ato de cidadania que fortalece o país e que não deixa ninguém para trás.

Vamos falar agora de dinheiro?

A profissão professor tem um salário mediano comparado com o geral, porém o STATUS de ser um professor no país é muito alto. Professores afirmam que o seu trabalho é muito mais desgastante do que de seus amigos, mesmo assim a relação de candidatos na universidade é de 2.500 para 100 vagas em Helsinque, por exemplo. O “vestibular” é mais concorrido do que para a faculdade de Medicina!

O sindicato

O sindicato dos professores não só luta pelos direitos de salário, mas também pelas equidades de trabalho e são parceiros dos professores. Se o professore sente a necessidade de fazer uma reforma na educação da sua escola, o sindicato ajuda no diálogo com o governo já que durante o processo de educação não se é obrigatório seguir um plano engessado de ensino. Acredita-se que cada escola, cada turma, cada aluno tem uma necessidade de formação diferente.

Na sala de aula, além do professor, existe um professor de apoio: aquele que ajuda os alunos que tem dificuldades de aprendizado, que auxilia nos problemas psicológicos, familiares, cognitivos etc. As turmas de apoio têm professores pacientes, mais próximos e com uma relação mais amistosa que leva mais confiança para os alunos que necessitam dessa demanda. Existem ainda professores que dominam matemática, inglês, sueco, finlandês, química e física ao mesmo tempo e ensinam todas essas matérias. Isso mostra um grande preparo interdisciplinar por parte do profissional pouco vista na educação brasileira.

Quanto mais um professor se especializa, maior as chances dele se tornar um diretor. Esse papel em uma escola finlandesa não somente gira em torno de gerir recursos, mas de, principalmente, construir um plano pedagógico eficiente para as escolas, turmas, alunos e demandas individuais.

A opinião dos pais finlandeses é que eles confiam totalmente na educação de seu país e em seus professores. Incrível isso né?

Você confia no ensino escolar do seu filho, seja público ou privado?

Me mande a sua opinião.

Tiago Gusmão